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Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco no Mundo

outeiroseco, 09.04.07
 

 
Outeiro Seco, sendo uma aldeia pequena, amputada que foi do lugar de Sta. Cruz, tem a sua diáspora espalhada pelos quatro cantos do mundo, e digo bem quatro, pois dos cinco continentes que compõem o globo, vivem de momento, outeiro secanos em quatro, na Europa, Africa, América e Oceania, só não me lembro de alguém que viva na Ásia.
Na Europa, vivem sobretudo em França, Espanha, Alemanha, Inglaterra ou na Holanda. Na América, repartem-se entre a América do Norte (USA) e a América do Sul (Brasil). Há ainda outeiro secanos, na África (Angola) e na Oceania (Austrália).     
Este postal que habitualmente é escrito de Lisboa, está a ser escrito da Holanda, mais concrectamente da cidade de Delft, onde vive o meu filho, actualmente estudante neste país.  
Para quem não conhece a Holanda, recomendo a sua visita. É um país pintado de verde, Em Portugal, há um pouco de semelhança como as lezírias do Ribatejo, mas apenas pela planura da sua superfície.
Não existe granito ou qualquer outra rocha, as demarcações de terrenos são feitas com diques de água, os terrenos são ocupados com extensas pastagens, estufas, ou ainda, com plantações de tulipas de várias cores que dão o efeito de grandes telas pintadas. A Holanda, é uma das economias mais fortes da europa, fruto da exploração de petróleo no Mar do Norte, mas também, da sua indústria altamente especializada que se impõe no mundo, pela sua qualidade e não pelos seus baixos custos de produção. Apesar de ter uma lingua própria, todos os holandeses falam no mínimo, duas a três linguas alternativas, o inglês o alemão ou francês.
Como foi um país colonial, é por isso um país multicultural, com especial predominância para, surinamis e turcos. A emigração portuguesa não tem grande expressão, mas não deixa de haver sinais da mesma, em Roterdão, têm mesmo um lugar de concentração, o Café Lisboa, onde se fala exclusivamente o português. No dia do Benfica-Porto, passei por lá, mas, duas horas antes do jogo já estava repleto, ouvi depois o relato na TSF, em on line no computador.
Para quem visita a Holanda pela primeira vez, o que mais o impressiona, são os parques de bicicleta, junto ás estações de comboios, são aos milhares. Aqui o carro é um bem supérfluo, pois têm uma rede de comboios que cobrem todo o país em tempo útil, tornando de facto o carro dispensável.     
Quanto ao custo de vida, apesar da incomparabilidade dos salários, bem mais altos que os nossos, há bens essenciais que são práticamete aos preço de Portugal o que aumenta a qualidade de vida dos seus residentes.
Mas vivendo na Holanda, em Angola, ou no Brasil, as origens estão sempre presentes, assim no próximo sábado, aqui em Delft, vai ser feito o folar transmontano, com ovos e farinha holandesa, mas com linguiças e carne transmontana compradas na feira do fumeiro de Montalegre. Mas o pensamento vai estar seguramente em Outeiro Seco, na corrida da Páscoa, na nossa banda que toca no largo do tanque, na restante família e amigos que em razão desta quadra festiva se deslocou de vários pontos do país também eles para amenizar saudades.