Os Poços e as Noras
outeiroseco, 24.01.09
Ontem não foi possível apresentar o post devido a compromissos profissionais, que impediu o contacto com as novas tecnologias e algum tempo para a sua publicação.
Trazemos hoje aqui um dos mecanismos muito utilizados nos meios rural, desde a ocupação da Península Ibérica pelos Árabes, até ao século passado – o Poço e a Nora.
Os poços, aberturas nos terrenos, para obter o precioso líquido e as noras para o trazer à superfície pertencem já ao imaginário dos adultos que a geração mais nova desconhece.
Do que é possível aqui relatar aqui é a memória mais recente da construção dos poços da veiga, cavados na terra, cujo processo manual seria interessante descrever bem como as ferramentas, técnicas e força física mereciam um registo público. Ainda o revestimento a pedra dos poços implicava especialistas pois a consolidação era importante para que durasse muitos anos. No topo instalava-se um engenho mecânico, a Nora, composta por um sistema de engrenagens que transformavam os diferentes movimentos desde a rotação do pau, feito pelo homem, mais habitualmente por animais (o típico burro) até aos alcatruzes que transportavam a água.
Restam as memórias das imagens de alguns poços e noras que obrigam a alguém que preserve essa património, quer fisicamente do engenho quer em documentos escritos ou digitais. Se o tempo permitir haveremos de fazer esse trabalho de cidadania que nos obriga a escavar a memória e traze-la ao público em geral.