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Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

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Os "morrões" dos pinheiros

outeiroseco, 24.03.09

Trazemos hoje uma temática que pretende ter um cariz pedagógico, alertando para a relação que devemos manter com uns bichinhos muito comuns na nossa terra, ruralmente  designados por  “morrões dos pinheiros” mas cuja explicação seguinte elucida sobre a sua origem e perigos.

A Thaumetophoea  pityocampa, vulgarmente  conhecida como  Lagarta do Pinheiro ou  processionária  é uma espécie com grande impacto negativo  em animais em pessoas bem como nos próprios pinheiros, de que é uma praga considerada das mais destrutivas para os ditos. Encontra-se muito vulgarmente em Portugal devido à presença dos pinheiros nas nossas manchas florestais   
Esta praga, além do pinheiro bravo, ataca igualmente outros pinheiros: o silvestre, o laríceo, o manso, o insigne, e o pinheiro de alepo, assim como Cedrus Atlântica, Cedrus Deodara e Cedrus do Líbano, como foi comprovado em matas nacionais. Esta lagarta encontra-se disseminada por todo o País, não sendo raro observarem-se os seus estragos em qualquer região de pinhal. Até nas grandes altitudes, o que para certas pragas e doenças constitui uma barreira, iremos encontrar a "processionária" a viver normalmente.

Entre Janeiro e Maio, as processionárias abandonam o pinheiro  para  se enterrarem no solo, na sequência do seu ciclo de desenvolvimento. Deixando o seu hospedeiro em fila como uma procissão (daí o seu nome) dirigem-se em direcção ao solo onde irão continuar o seu desenvolvimento. Entre Agosto e Setembro nascem as lagartas propriamente ditas que se  agrupam em ninhos na copa dos pinheiros, de forma a manter o calor e de onde saem à noite, ligadas por um fino fio de seda que utilizam para regressar ao ninho após as suas saídas. Estas lagartas  possuem 8 receptáculos com cerca de 100.000 pêlos urticantes. A lagarta ao mover-se abre estes receptáculos libertando milhares destes pêlos e aumentando a  possibilidade de intoxicação de um animal ou de uma pessoa que entre em contacto com eles. Os pêlos agem como  agulhas, injectando as substâncias tóxicas na pele ou mucosas. Os cães,   devido a cheirarem  ou morderem as lagartas movidos por curiosidade natural e as crianças por brincadeira, são os principais afectados,   na cabeça em especial, olhos, mucosa oral e muito geralmente a língua. Caso tenha pinheiros em casa ou nos arredores deve ter em conta que o problema que afecta o seu cão pode dever-se a esta situação. A necrose (morte) dos tecidos ocorre  geralmente e  a sua gravidade em alguns casos leva a que a única alternativa para o animal seja a eutanásia pois será impossível a sobrevivência com um mínimo de qualidade de vida.

As crianças como já referimos podem também ser afectadas gravemente pela lagarta do pinheiro. Caso detecte ninhos em pinheiros de sua propriedade, estes  deverão ser destruídos. De forma alguma deve entrar em contacto com eles e deve usar luvas protectoras e máscara. Os ninhos devem ser queimados com os cuidados necessários para evitar incêndios e  deve colocar-se para que os fumos da combustão não o atinjam pois são igualmente tóxicos.