Foram vários os outeiros secanos que na sua vida profissional, optaram pela carreira militar. Francisco José Sevivas, foi até ao momento, aquele que atingiu o maior relevo, e mais alto subiu na hierarquia militar.
Nascido na última década do século IXX, no seio de uma família de sete irmãos, dois rapazes e cinco raparigas, o tenente-coronel Francisco José Sevivas, foi já com o posto de alferes, que serviu o exército português na I Guerra Mundial.
Com ele estiveram mais seis bravos outeiro secanos; Manuel dos Santos, Joaquim Salgado, José Figueiras, Francisco Morgado, Filipe Ranheta e Abel Agrela.
Todos eles estiveram na célebre batalha de La Lys, onde morreram mais de 7.500 soldados. Felizmente todos os nossos conterrâneos, talvez por intercedência da nossa Sra. da Portela, vieram sãos e salvos.
Diz-se que nessa batalha, o alferes Sevivas, salvou a sua vida porque, ao ver aproximar os alemães, com as suas baionetas, acabando com a vida dos soldados feridos e agonizantes, fingiu a sua morte. Para tal arrancou as vísceras de um companheiro já morto, colocou-as sobre ele, iludindo dessa forma os alemães.
Francisco José Sevivas, foi condecorado com a Cruz de Guerra de 2ª Classe, foi o Comandante do Batalhão de Caçadores 10 em Chaves de 22/09/1948 a 16/03/1951.
Em 1924, foi o primeiro presidente do Núcleo de Chaves, da Liga dos Combatentes. A sua fotografia pode ser observada ainda hoje, na parede exterior da sede deste núcleo, no Terreiro de Cavalaria.
Morreu em Novembro de 1955, ano e mês em que morreu outro combatente da I Grande Guerra, Manuel dos Santos meu avô, seu vizinho e talvez dos seus poucos amigos na aldeia.
Apesar do seu protagonismo no meio militar flaviense, o Major Sevivas como ficou conhecido na aldeia, era uma pessoa muito reservada, com pouca ligação à aldeia, tal como a sua restante família. A sua vida social resumia-se, assistir à missa aos domingos. Dos sete irmãos, todos ficaram solteiros, à excepção de uma (Libânia) que casou na cidade com o Sr. Mariz, mas também não deixaram descendentes.
Por curiosidade, a casa onde todos viveram que era fechada ao exterior, está hoje convertida em turismo de habitação rural, conhecida por Quinta de S. Miguel.
Nuno Afonso