Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Reunião AMA e anuncio de um livro

outeiroseco, 26.06.11
 

Ontem realizou-se, na sede da Associação Mãos Amigas (AMA), uma reunião ordinária, com o objectivo de prestar informações e tomar algumas decisões. O Presidente da Direcção, Manuel Ferrador fez o ponto da situação do Lar e manifestou as preocupações relativas às novas exigências construtivas e ausência de perspectivas de abertura de candidaturas, tendo em conta a situação financeira do País. Reforçou-se a posição assumida pela Assembleia Geral de não dar início à construção do Lar, sem ter garantido a quase totalidade das verbas necessárias. Aguardam-se melhores dias.

A presença do Nuno Afonso que sempre nos traz novidades da capital, nomeadamente o recente encontro de Transmontanos e outro de Flavienses, residentes em Lisboa e arredores. Mas de facto o momento mais desejado aconteceu quando o amigo Nuno anunciou que tinha aceite o repto de elaborar um livro sobre Outeiro Seco, século XX e que agendou para o dia 27 de Agosto, à noite o seu lançamento…nada melhor que lhe agradecermos com uma forte salva de palmas. Obrigado Nuno por mais este teu contributo que todos sabemos é em prol da nossa querida terra que tanto amamos e queremos deixar as memórias bem gravadas para que  os vindouros se orgulhem dela. Daremos mais pormenores logo que o autor julgue conveniente. Outeiro Seco ficará mais rico no seu património histórico-cultural. Bem hajas amigo Nuno

Corpo de Deus

outeiroseco, 23.06.11
 
 
 
 
 

A tradição mantém-se em Outeiro Seco, neste dia do Corpo de Deus, feriado Nacional. No entanto, este ano as ruas ficaram um pouco aquém do que tem sido em anos anteriores, pelo facto de se realizar mais tarde e não haver flores disponíveis. De qualquer forma, alguns habitantes mantiveram a tradição de embelezar a rua onde habitam e por isso merecem parabéns.
As fotos foram gentilmente enviadas pelo Nuno Santos, a quem desejamos,   uma excelente estadia, bem como à sua esposa Celeste.

Museu Etnográfico virtual de O. Seco - mais colaborações

outeiroseco, 19.06.11
 
 

Ora caros amigos. Cá estamos de volta com o nosos Museu etnográfico virtual de Outeiro Seco.

1º - Gostava de vos apresentar três novos membros que aderiram a sócios fundadores: Mara Xavier, Fernando Anjos e Rui Garcia. Sejam bem-vindos. Segue a lista completa dos membros fundadores até ao momento. A porta está aberta a mais membros...venham daí (relembro as condições: apresentar 3 peças antigas usadas em O. Seco e apenas as fotografias; pertencer ao grupo que se reunirá para tomar decisões relativas ao Museu).

Segue a lista completa com os nossos três novos membros:

 

Altino Rio

João Santos 

Nuno Santos/Celeste Chaves

Lurdes Figueiras

Leonor Moreira

Manuel Ferrador

Diamantina Rio/António Manuel

Carlos Xavier

Liliana Bernardo

Joana Serra

Carminda Chaves/Artur Moura

Albertina Ferrador

Ulisses Guerra

Joaquim Pipa

Joaquim Costa

Fernando Rio

Mara Xavier

Fernando Anjos

Rui Garcia

 

Quanto às três peças que hoje vos apresentamos, pertencem ao membro fundador Fernando Anjos, cujas características apresentaremos oportunamente, mas que são herança muito antiga e por isso merecem um estudo de mais pormenor: um Cristo, uma travessa de cozinha e uma colcha feita à mão. Outras peças nos enviou, mas entendemos mostrar estas, por agora.

Agradecemos ao Fernando Anjos a colaboração prestada.

 

 

 

Parabéns e felicidades amigo Viegas

outeiroseco, 18.06.11

Ontem foram conhecidos os governantes que irão integrar o novo elenco. Confirmou-se o nome do escritor e homem de letras Francisco Viegas para a área da cultura. Tinha uma expectativa que o seu nome aparecesse e por isso fiquei muito feliz. Pela sua elevada qualidade intelectual pela visão global que tem da cultura, pelo seu percurso é bem merecedor do cargo. Bem sabemos que não podemos colocar em prática todas as ideias, pois as restrições financeiras são bloqueadoras de muitas delas. Mas mesmo assim é com enorme prazer que o vejo no desempenho deste importante função cultural, cívica e patriótica. Relembro que o Francisco apresentou o livro "crescem pães pelos outeiros", em 1994, na Casa de Cultura, escreveu para o livro das Mãos Amigas e os seus pais Dª Margarida e Viegas vivem junto à igreja Nª Srª Azinheira. Aproveitamos para os felicitar, pois o orgulho deve ser imenso.
Resta-nos que tenha todos os sucessos do mundo, em prol da cultura do nosso País e quem sabe se ainda nos vai dar o privilégio de nos visitar, em Outeiro Seco, oficialmente enquadrado numa iniciativa da aldeia mais cultural do concelho. Um pequeno pormenor no contexto,.....é do FCP

O Cotrão

outeiroseco, 15.06.11

Nos últimos anos o termo de Outeiro Seco sofreu uma transformação radical, causado pela construção de várias estruturas económicas na freguesia, e por via disso, houve nomes de locais que praticamente desapareceram da nossa nomenclatura. Um desses locais é o Cotrão, que, por força da construção do Parque Empresarial e Industrial foi totalmente absorvido por essa estrutura, assim como parte de Vale Salgueiro e de Vale de Amieiro.

A família Lopes à portuguesa, é conhecida pelos Galegos, fazendo jus às origens do pai, natural da Galícia, mais propriamente da província Lugo, a mesma província donde nos finais do século IXX a família de Fidel Castro emigrou para Cuba, tal como muitos portugueses, alguns dos quais outeiro secanos como Líbia Pepa que, aí conheceu e casou com Álvaro Lopez.

De facto, a alcunha de galego vinha-lhe a propósito. Primeiro porque efectivamente tinha nascido na Galícia, segundo porque pese embora tenha vivido em Portugal e na nossa aldeia, seguramente mais de cinquenta anos, o tio Álvaro, jamais perdeu a origem da sua língua, e continuou até ao fim da sua vida, a falar sempre em galego.

Ora, era precisamente no Cotrão que, esta família tinha uma propriedade, situada mais ou menos onde agora está a rotunda do MARC - Mercado Abastecedor da Região de Chaves, e donde produziam de tudo para a casa. Para a casa isto é, se antes outros os o não colhessem primeiro, porque a propriedade estava exposta a isso, situada ali mesmo junto à estrada.

Entre algumas árvores de fruto que havia na propriedade, destacava-se um pessegueiro temporão, que dava uns pêssegos tão rosadinhos que, cegava de desejo os que passavam na estrada. Por isso um dia lá pelo tempo das vindimas, um grupo de mariolas da aldeia, combinaram fazer a colheita do pessegueiro, antecipando-se assim ao Zé Galego, seu legítimo proprietário.

O grupo, ainda que sem qualquer necessidade senão a adrenalina própria da juventude, compunha-se pelo; Zé Fernando, Zé Manuel, Tibério, Altino e Nuno, embora este porque teve de ir à pisada do Sr. Miguel Pereiro, só se juntou ao grupo no fim. Como o Cotrão ficava longe da aldeia, o plano utilizado foi o seguinte. Iam de noite no carro do pai do Altino, o qual conduzia com perícia, desde os seus catorze anos, traziam os pêssegos no carro, os quais seriam depois comidos, por uma ou mais vezes, num palheiro situado junto ao rigueiro, mesmo em frente à casa do Redonda velho, que os pais do Zé Manuel traziam de renda.

O plano foi cumprido à risca, trouxeram um enorme saco de pêssegos, no regresso apanharam o Nuno junto à senhora da Portela. O Altino estacionou o carro na garagem, e lá foi o grupo com o saco dos pêssegos para o palheiro, através do caleão. Ao passar o rigueiro ainda seco, pois estávamos ainda no verão, o grupo vê que um pouco mais acima, junto à pedra de mesa, atravessava também o rigueiro o Quim Redonda, já com um grão na asa, vindo da pisada do seu irmão Silvano.  

O Zé Manuel que na festa anterior tinha comprado uma pistola de alarme, decidiu então dar dois tiros para o ar, só para assustar o Quim Redonda. Este ao ouvir os tiros e pensando que se dirigiam a si gritou – Ai que me querem matar, e aos esses, foge a sete pés para casa, logo ali perto.

O som dos tiros foi ouvido pelo Norberto que, vindo também da pisada do Silvano, depois de se ter separado do Quim Redonda, seguia para casa, indo já perto da casa do Ilídio. De imediato, suspeitou que os tiros eram da pistola do Zé Manuel, porque ele próprio já a tinha experimentado. E quando o grupo estava já dentro do palheiro iniciava a degustação dos pêssegos, sentiu o ferrolho exterior da porta a correr, e ouvem a voz do Norberto a dizer.

- Ah bandidos que haveis de dormir aí!

Reconhecida a voz do Norberto ninguém ficou preocupado, pensando que em breve ele se juntaria ao grupo. Só que o tempo foi passando, e do Norberto nem sinais. Como ia ficando cada vez mais tarde, a preocupação em sair do palheiro tornou-se maior, principalmente, pelas justificações a dar à família da não dormida em casa, sendo o Altino, o mais preocupado, porque não era usual sair à noite, em especial sem autorização para tal.

Fizeram-se várias tentativas para abrir a porta pelo interior, mas todas foram infrutíferas. A ansiedade foi-se apoderando de todos, até que alguém se lembrou de subir ao montão de feno ali armazenado, o qual chegava ao tecto, e dali retirar umas telhas do telhado por onde saiu, abrindo depois a porta pelo exterior.

 Foi já de madrugada que o grupo recuperou a liberdade perdida, como que se estivera de castigo pelo acto praticado, cumprindo-se a máxima “ Cá se fazem cá se pagam”.

Nuno Santos

    

Museologia no centro de uma visita

outeiroseco, 12.06.11
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Partilho convosco uma visita de estudo/convívio, anual, realizada este fim de semana, de profissionais de educação, organizado pelo serviço de apoio à formação de professores. Tem sido habituais os destinos de Norte de Espanha, pela concentração de recursos histórico/culturais e ambientais, tão “cercitos” de nós. Este ano o destino foi Bilbau para visitar uma referência da museologia mundial – o museu de Guggenheim. Mas Bilbau tem muito mais que o museu e por isso se recomenda, vivamente uma visita. A vida social é muito divertida e uma grande maioria da população, de todas as idades, sai à rua e convivem alegremente,em grupos,  com o tradicional copo de” vino” ou cerveja na mão..outros passeias..ouvem música ao ar livre…enfim hábitos culturais diferentes.

Burgos é também uma cidade maravilhosa pela sua bonita Catedral, mas também pelo Museu da Evolução Humana que se recomenda uma visita…foi inaugurada recentemente e apresenta a mais moderna forma de apresentação, com verdadeiras peças de museologia, desde a origem da humanidade.

Enfim mais de duas centenas de profissionais da educação saíram do seu habitat natural que é a Escoa e viveram bons momentos de convívio e cultura…

O susto do Padre Dias

outeiroseco, 07.06.11

A população mais jovem da aldeia e que não mora no bairro do Penedo, não estará por certo familiarizada com o nome de Carneiro. Para eles, Carneiro será um animal de raça ovina, ainda que em Outeiro Seco, esteja quase em vias de extinção, comparado com o tempo em que houve na aldeia, mais de trinta rebanhos.

Este Carneiro a que nos referimos, é um grande quintal da família Dias Ferreira, antes apenas família Tenreiro Dias. É uma propriedade com alguma dimensão, composta por instalações de arrumos e terreno de cultivo donde colhiam de tudo para a casa, embora hoje, tal como acontece com grande parte dos terrenos desta freguesia, este quintal esteja de pousio.

Pelo Carneiro passaram muitas jovens em idade escolar, pois era aqui que a professora D. Maria Eugénia Ferreira Dias fazia a preparação suplementar, às alunas que se propunham ao exame de admissão à Escola e ao Liceu.

Era no Carneiro onde o Padre Albano Dias, um dos herdeiros da propriedade, e que após a sua resignação eclesiástica passava o seu tempo de lazer, especialmente no verão, sentando-se junto ao poço da bomba, à sombra de uma frondosa figueira.

Por essa altura vivia-se um período de pouca abundância em matéria de alimentação, e por contradição, as famílias eram muito numerosas. Assim chegando o verão época da fruta, os miúdos buscavam-na onde a houvesse, sem preservarem a sua propriedade. Era frequente ver pelos terrenos da veiga, barracas feitas de ramagens de árvores, onde os donos dormiam só para guardarem os melões e as melancias. Mas também viam-se árvores, como as cerdeiras (cerejeiras) silvadas, isto é, com um bardo de silvas onde terminava o tronco, impedindo assim que a garotada lá subisse.

Mas voltando ao Carneiro, um dia dois jovens por sinal moradores no bairro, vizinhos e muito amigos, o António Roxo e Carlos Martinho, planearam ir aos figos ao Carneiro. Vendo a área desimpedida, entraram pela eira do Redonda, e lá ficaram eles durante algum tempo em cima da figueira, a saciar-se com os belos figos de três ao prato.

A certa altura olharam para baixo e o que viram, o senhor Padre Dias sentado no lugar do costume, refastelando-se com a sombra da figueira.

Aflitos com a forma como se iriam desembaraçar da situação, aguardaram em silêncio durante algum tempo, na esperança que ele regressasse a casa. Como tal não acontecia e a hora dos seus afazeres se aproximava, como a figueira estava junto à parede que separava o Carneiro da eira do Redonda, pensaram em saltar directamente da figueira para a parede, e desta para o chão da eira.

Assim o pensaram e assim o fizeram, só que tal exercício, implicou um enorme barulho na ramagem da figueira e na parede, onde se soltaram algumas pedras.

Ora o padre Dias que, descansadamente dormitava debaixo da figueira, perante aquele reboliço acordou sobressaltado, fugiu em direcção a casa, nem levando bengala, onde habitualmente se apoiava.

Nuno Santos

O PSD vence Eleições Legislativas

outeiroseco, 06.06.11

No domingo ocorreram as eleições para a Assembleia Legislativa, onde o PSD sai vencedor (38,5 %) e o PS (28,0 %) o vencido. O PSD não obnteve maioria absoluta que implicará um acordo com o CDS. Desejamos os maiores sucessos para as novas políticas que nos conduzam à resolução dos problemas com que o País se depara. Todos devemos ser implicados neste processo e possamos num futuro próximo ser um País livre e com qualidade de vida.
Em Outeiro Seco os resultados foram os seguintes: PPM-1; PS-157; BE-10; PCP-20; CDS - 40; PNR-1; MRPP - 1; PSD-244; PAN-4; PDA-2;  Votantes 507 / Nulos 14 / Brancos  13 / Abstenção - 40%

Pág. 1/2