É uma prática da religião católica, sempre que alguém morre, rezar-se em sua intenção. Reza-se no dia do funeral a missa de corpo presente, passado uma semana a missa do sétimo dia, e depois a missa do mês.
Não conheço qualquer explicação para estes rituais, nomeadamente, para as missas do sétimo dia e do mês, contudo os católicos acreditam que após a morte, a alma vai para o purgatório, e quanto mais se rezar por ela, mais depressa a alma entra no reino do céu.
Como não estive na missa de corpo presente do meu amigo Costa, nem vou estar nessa missa prefiro neste sétimo dia após a sua morte, evocar alguns momentos bons que vivi com ele na capital.
O Zé Manuel Anjos que foi seu compadre, e o Zé Fernando, eram contemporâneos do Costa, e foram à inspecção no mesmo ano. Um acontecimento célebre, porque em vez de irem de carro de praça como era costume, foram todos de burro, deixando-os presos às árvores na Lapa, pois a inspecção era no Forte de S. Francisco.
Os dois estavam nas Caldas da Rainha na tropa, e o Costa por ser estudante pedira espera. Apesar do Anjos já ser casado, ambos trocaram o fim-de-semana na aldeia, por uma vinda à capital.
Jantamos no mítico Bairro Alto, no restaurante Fidalgo propriedade do meu amigo Eugénio, mesmo defronte ao Faia, onde durante tantos anos cantou a fadista Lucília do Carmo, assim como o seu filho Carlos do Carmo.
Depois de bem comidos e bebidos, porque o Costa nessa matéria não se ficava atrás, fomos ao Pavilhão da Ajuda, onde nessa noite, jogava para o campeonato europeu de andebol, a selecção de Portugal contra a da Holanda.
Com o pavilhão cheio gritando; Portugal, Portugal, Portugal, o Costa meio toldado, aproveitava os períodos de pausa da restante assistência, para gritar – Almeirinho, Vale d’Amieiro, Teixugueira, dando assim a volta aos nomes do nosso termo.
Nuno Santos