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Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Muita imaginação

outeiroseco, 25.02.12

Ainda há quem viva em piores condições que nós. Mas que têm muita criatividade lá isso tem. É esse o apelo que os políticos nos lançam...muita criatividade...vamos lá pessoal por esses neurónios a funcionar para sairmos da crise.
Um esplêndido fim de semana para todos

Faleceu a nossa Conteranea Ana Ferreira Santos

outeiroseco, 23.02.12

Faleceu a nossa conterrânea Ana Ferreira Santos com 91 anos de idade, vítima de doença prolongada. O funeral realizar-se-á amanhã, sexta-feira, da parte de tarde (lamentamos ainda não poder informar a hora).

A toda a família, em especial aos seus entes queridos mais diretos, os nossos sentidos pêsames. Que a sua alma descanse em paz.

Dois momentos culturais: o Livro e o Teatro

outeiroseco, 18.02.12
 
 
 
 

Decorreram duas iniciativas culturais, sexta e sábado, que aqui trazemos pela sua importância e por ter fortes ligações à nossa terra.

Na sexta, pelas 18h30 decorreu, na Biblioteca Municipal, a apresentação do livro do prof. Manuel  Carvalho Martins intitulado “Por Aquas Flavias – Estudos complementares”. Trata-se de um acrescento de 126 páginas ao livro que vai crescendo em cada nova edição. Segundo as palavras do autor esta é a sua última intervenção. Esperamos bem que não. Recomendo a aquisição desta obra, pois faz várias referencias à nossa terra, nomeadamente ao período Celta.  Queremos desta forma homenagear o autor, por mais esta belíssima relíquia que o rigor científico das descobertas são um valor acrescido para o conhecimento das nossas origens. Pela parte que nos toca ficamos – lhe grato.

O Iº Congresso Internacional – Teatro e intervenção social, ocorreu sexta e sábado nas instalações da UTAD, em Outeiro Seco, com a presença de destacados oradores provenientes de instituições e organizações relacionados com esta arte. O auditório esteve sempre repleto e a riqueza das intervenções quer dos oradores quer do público aportaram novos saberes e desafios a esta área tão importante para a vida das comunidades.

No âmbito do Congresso de Teatro, tivemos o privilégio de assistir a duas peças de teatro, sexta à noite, intitulas “SOMOS” pelo  Grupo de Teatro da APPACDM do Porto «Raios e Curiscos» e “Palabras de sal” pela atriz Mela Casal. Ambas se realizaram no Centro Cultural de Chaves e foram muito apreciadas pelo público presente

Um Drama no Couto

outeiroseco, 15.02.12

Uma das virtudes da globalização é a de que, as noticias onde quer que aconteçam, são agora conhecidas ao momento, e em todo o mundo. Mas nem sempre foi assim, antes, as notícias eram apenas localizadas, ainda que algumas, em especial aquelas de cariz mais dramático e sobretudo, ligadas a crimes passionais, eram por vezes divulgadas em verso, designadas como romances de cordel.

Um desses crimes passionais ocorreu no início do século passado, na vizinha aldeia do Couto de Ervededo, quando um casal, por força das circunstâncias da vida, se viu obrigado a separar, tendo o marido emigrado para o Brasil, deixando a sua jovem mulher na terra, como viúva de um homem vivo.

Para amenizar as muitas saudades, lá iam trocando cartas, contando um ao outro, as incidências principais das suas vidas, separadas por um oceano. Só que na época, a maioria da população portuguesa era analfabeta, porém, quase sempre havia alguém na terra que sabia ler e escrever, a quem os iletrados recorriam.

E no Couto de Ervededo, havia uma família onde todos os seus membros, sabiam ler e escrever, dos quais, alguns foram até professores, inclusive na nossa aldeia. E eram os membros dessa família que serviam de intermediários na escrita dessas cartas, fossem elas de casais, de pais para filhos ou até mesmo entre namorados.

Foi essa relação de leitor e escritor das cartas do casal, que, aproximou o Manuelzinho, da jovem Emília. E como diz o ditado “longe da vista, longe do coração, foi nascendo entre estes dois, uma relação afectuosa, ainda que proibida à luz da moral pública.    

Mas alguém escreveu ao marido, informando-o de que o comportamento da sua mulher, não se adequava à da condição de uma mulher casada e séria. Mesmo não dando grande crédito à informação, o homem para dar estabilidade ao seu casamento, decidiu regressar à terra, abandonando o sonho de encontrar a árvore das patacas, e retornando à anterior vida que deixara.

De qualquer forma e após o seu regresso, o homem passou a andar mais atento aos movimentos de Emília e do Manuelzinho, até que um dia, os apanhou em flagrante. Nem pensou duas vezes, rapou do revólver que tinha trazido do Brasil e disparou sobre o Manuelzinho, despejando nele toda afronta sofrida no momento.

O drama tornou-se conhecido em toda a região, e cantado como romance de cordel da seguinte forma:

I

Tocam os sinos no Couto

Ai Jesus! Quem morreria

Mataram o Manuelzinho

Ele a morte não merecia

II

Oh Emília, Oh Emília

Oh Emília ó traidora

Mataram o Manuelzinho

Foste tu a causadora

III

Oh Emília, Oh Emília

Cobre o teu lenço amarelo

Esses teus lindos olhos

Ficaram no cemitério

 

Nuno  Santos

As cabanas no campo

outeiroseco, 08.02.12

A nossa amiga Leonor Moreira, que muitos outeiro secanos conhecerão apenas por Norinha da professora, publicou no blog da sua aldeia natal a Amoinha Nova, o qual zelosamente administra, em cooperação com alguns membros da sua família, um post, sobre uma cabana propriedade da família.

Esta cabana ao que parece, trás à sua família recordações muitos especiais, porque era onde os pais guardavam as alfaias, e outros bens produzidos na propriedade, entre os quais as cebolas.

O post trouxe-me à memória, as muitas cabanas que, outrora pululavam pelo nosso termo, e às quais chamávamos “corriças” apesar da palavra nem figurar nos dicionários on line.

As nossas corriças ou cabanas, na sua a maioria em ruínas, tinham um fim diferente. Destinavam-se a refúgio dos pastores e do gado, outras mais pequenas e construídas no meio das vinhas, serviam aos seus proprietários, para guarda das uvas, e para as pausas do almoço, quando ali andavam, nas suas lides.

De entre muitas dessas cabanas, a que eu mais recordo, porque passei ali bons momentos, era de uma que existia na Portela, propriedade da minha família, precisamente no local onde o meu primo Ramiro construiu a sua casa.

Viviam-se tempos diferentes em matéria de segurança dos bens, por isso, esta cabana ou barraca como nós lhe chamávamos, era também utilizada para guardar alguns bens agrícolas, entre os quais, o feno ou os cuanhos da malhada.

Por causa da sua dimensão e boas condições, esta cabana serviu ainda para várias comemorações, primeiro da minha mãe e das minhas tias, mais tarde das minhas primas, mas também minhas e do meu irmão Diamantino, para juntamente com outros amigos da nossa idade, comemorarmos os compadres e as comadres, longe das vistas das mães.

A comemoração dos compadres e das comadres era uma tradição antiga, caída infelizmente como a maioria das tradições em desuso. Comemoravam-se nas duas quintas-feiras antes do carnaval. Primeiro eram os compadres, na penúltima quinta-feira, as comadres eram na última quinta-feira que antecedia o carnaval. Fazia-se uma merenda à base de fumeiro (linguiças) roubado às mães, ainda que muitas vezes, estas, saudosas do tempo em que também foram jovens, no-lo davam, às escondidas dos pais.

As mães, comemoravam depois na véspera do domingo gordo, o sábado filhoeiro, fazendo filhoses iguais ás do natal, para toda a família.

Este tema bucólico, em contraste com esta minha vida urbana na capital, traz-me à memória a bela canção da saudosa Elis Regina, “ Eu quero uma casa no campo”.

 

Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa compor muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza
Dos amigos do peito e nada mais
Eu quero uma casa no campo
Onde eu possa ficar no tamanho da paz
E tenha somente a certeza
Dos limites do corpo e nada mais
Eu quero carneiros e cabras pastando solenes
No meu jardim
Eu quero o silêncio das línguas cansadas
Eu quero a esperança de óculos
Meu filho de cuca legal
Eu quero plantar e colher com a mão
A pimenta e o sal
Eu quero uma casa no campo
Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapé
Onde eu possa plantar meus amigos
Meus discos e livros
E nada mais

Nuno Santos

 

  

 

     

 

 

Faleceu Albano Dias Ferreira

outeiroseco, 06.02.12

Faleceu ontem, Albano Dias Ferreira, irmão da Professora Eugénias Dias, com 93 anos, em Lisboa onde residia há muitos anos. O funeral realizar-se-á terça-feira, dia 7, pelas 15 horas, na Igreja de Nª Sra. de Fátima, Avenida de Berna - Lisboa e seguirá para o Alto de São João.
Sentidos pêsames do Blogue T.M. à família enlutada.
Que descanse em paz.

Feira dos sabores & saberes

outeiroseco, 03.02.12

Este fim de semana realiza-se a tradicional feira dos sabores & saberes.

Sugerimos que dê por lá uma passagem e faça as compras necessárias, da melhor gastronomia da região.

Se o Blogue  realizar uma vista vai fazer alguns registos e deixa aqui os mais relevantes.

Bom fim de semana