Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro secana da 2ª Geração

outeiroseco, 23.03.12
 
  
  
  
  

Expõe em Almada, na biblioteca José Saramago.

Apesar de este país não ser para artistas, há sempre quem não resista ao seu ímpeto criador, e ainda que não o faça como meio de sobrevivência, não se exime de mostrar aos outros, o que de mais nobre lhe vai na alma. É disso exemplo a Laura Moura, o nome artístico da nossa Filipa, filha de Artur Moura e Carminda Chaves, outeiro secana de segunda geração, com um largo passado na área da criação artística.

Vencedora de vários prémios literários no DN Jovem, um suplemento do jornal Diário de Notícias e da Câmara de Almada, a Filipa, é licenciada em psicologia pelo ISPA - Instituto Superior de Psicologia Aplicada, sendo essa ferramenta o seu modo de subsistência, como funcionária da Fundação Inatel, após o fim da sua ligação com a Companhia de dança Olga Roriz, por falta de apoios estatais, aos criadores culturais.

Laura Moura tem desde ontem na biblioteca José Saramago no Feijó –  uma exposição de fotografia, designada “Meu dito meu feito”, com fotografias ilustradas que ajudam na preservação da memória de várias personagens, pelas onze freguesias do concelho de Almada.

Ainda no âmbito desta Quinzena Jovem, no próximo dia 24, é animadora de um workshop denominado “Ensaiar as Palavras”, uma oficina de escrita intergeracional, com a presença de jovens e séniores, neste ano europeu do envelhecimento activo e da solidariedade entre as gerações, proporcionando o diálogo e a troca de saberes. De salientar que na capa promocional deste workshop, apresenta uma fotografia do seu avô, António Chaves, em diálogo com o seu neto Miguel.

A exposição de fotografia, promovida pelo departamento cultural da Câmara Municipal de Almada, mostra-nos que, Almada e as suas onze freguesias são bem mais que, uma urbe de betão, onde se albergam como dormitório, não sei quantas almas, rendida aos novos modelos de vida, como as idas ao Almada Fórum. Bem pelo contrário, em todas as freguesias do concelho existem uma série de autóctones resistentes, com actividades que vêm atravessando os tempos, como; o sapateiro, o barbeiro, a taberneiro, a merceeiro, a papelaria, ou a Meta, uma casa de jogos, na cosmopolita Costa da Caparica, que mantém o mesmo aspecto de há quarenta anos, quando eu a conheci pela primeira vez.

Todas as fotografias estão catalogadas, com belos textos escritos pela artista, retratando aspectos da vida e profissão dessas pessoas. E foi gratificante observar a satisfação dos intervenientes que visitaram a exposição no dia da abertura, vendo-se ali tão bem retratadas quer visualmente, como a descrição dos aspectos da sua vida profissional e humana, por alguém que eles não conheciam.

Esperamos que este trabalho não se fique pela exposição ao público, e a Câmara de Almada, uma das câmaras que muito faz pela divulgação da cultura local, proporcione a publicação deste trabalho em livro, para que chegue a um público mais vasto, do que aquele que visitará esta exposição.

Nuno Santos           

Outeiro Seco cada vez tem mais pinta

outeiroseco, 18.03.12
 
 
 

Dedicamos este post às obras em curso, levadas a efeito perla nossa Junta de Freguesia. A rampa de acesso à Igreja matriz, os baloiços e o embelezamento do parque do chafariz nova.

Está pois de parabéns a Junta de Freguesia e todos que de uma forma ou de outra, colaboram nestas iniciativas.

A rampa conforme mostra a imagem tem a porta de acesso aberta e irá ser dada, em breve, continuidade aos trabalhos.

O Parque infantil irá ser implantado no local do anterior, mas os equipamentos obedecerão às novas normas regulamentares. Por isso esta intervenção será de custos significativos. Mas as nossas crianças merecem todo o investimento. A sua felicidade é um benefício para uma sociedade tão deprimida.

E finalmente, será dado um novo visual ao largo contígua do novo chafariz, tendo sido arrancada uma arvore, com a justificação de que tratando-se de um plátano as suas raízes provocam muitos prejuízos, bem como, não é muito saudável. Será calcetado o espaço e dado um arranjo arquitetónico e ambiental apropriado.

Esperamos que as obras decorram com a maior das serenidades e consensos, para bem de todos.

Um bom Domingo e uma ótima semana

 

Parabéns Leões...

outeiroseco, 15.03.12

O Sporting perde com o Manchester City por 3-2 mas segue em frente na eliminatória. Foi um jogo emocionante até ao último minuto, mas o importante foi que o Sporting foi melhor equipa no global dos dois jogos.
Parabéns aos jogadores e em especial ao seu treinador que transmite muita "garra" à equipa. Força Sporting e que venha o próximo

A rampa da Igreja

outeiroseco, 11.03.12
 
 

Já deram início as obras da rampa da igreja matriz. Pelas informações recolhidas o projeto consiste em edificar uma rampa, encostada ao muro da igreja a nascer perto do tubo plástico, que se vê na imagem, e terminar no final do muro. As obras estão a cargo da Junta de Freguesia que concretiza um desejo da larga maioria da população, considerando importante para o acesso às pessoas com deficiência de mobilidade.

Outras opiniões existem sobre o projeto, mas segundo a Junta de Freguesia e a Comissão de Fábrica de Igreja este é o projeto mais consensual.

Daremos mais informações com o decorrer da obra.

Um bom Domingo e uma excelente semana para todos

O Órgão para a igreja

outeiroseco, 07.03.12

No último post que escrevi para este blog, referi a importância da renovação de alguns aspectos da vida da nossa aldeia, entre os quais, a do rejuvenescimento do grupo que, habitualmente canta na igreja, ao qual nós chamamos coro, actualmente composto na sua maioria, por pessoas já com bastante idade.

E sobre esse rejuvenescimento, escrevi ainda, que, o coro ficaria ainda mais enriquecido, com a aquisição de um órgão musical, cujo propósito se fala já há algum tempo. Ora, quanto à importância de um órgão numa igreja, comungo convosco esta descrição que, em meu entender, define claramente a sua importância, no âmbito do culto religioso.         

O órgão ocupa um lugar de destaque na Liturgia Cristã quer na igreja católica, quer nas Igrejas Reformadas. Tem por objectivo o enriquecimento do culto através da arte musical. Dá força à oração, ao apoiar e sustentar o texto cantado (passível de ser introduzido e harmonizado pelo organista de imensas formas diferente), como cria uma atmosfera de meditação sobre a Palavra, tocando a solo, numa vertente laudatória, evocativa ou mística”.

É sabido que o facto de eu escrever neste blog, deve-se fundamentalmente à amizade com o seu administrador, ainda que o faça com enorme prazer, quase sempre sobre coisas da nossa terra e da nossa gente. Não busco nada em troca, mas não nego que, sabe bem sentir algum retorno positivo, de alguém que nos lê noutras paragens. E foi o que aconteceu recentemente, quando a minha mãe me informou que, a Henriqueta do Anselmo, fora a sua casa, enviada pelo seu filho Carlos, leitor deste blog na Suíça, pedir-lhe o meu contacto pessoal, por causa do tema tratado no post anterior.

Com efeito, ontem recebi um telefonema do Carlos, directamente da Suíça, informando-me que está na disposição de ceder um órgão musical á igreja, enviando-me até uma fotografia do órgão que, está disponível a ceder.

Informei o Carlos que não sabia se esse órgão era indicado à função, e que a decisão caberia à Comissão Fabriqueira da Igreja, actualmente composta pelo sr. Padre Banha, Alberto Pipa e Jorge Bernardo, para quem reenviei a fotografia, e caso não estivessem já comprometidos com uma hipotética compra, aceitarem ou não a oferta. Eu através do blog, tinha-me limitado apenas a fazer constar essa necessidade.

Da minha parte, agradeço a todos aos conterrâneos que gostam de ler os meus textos, e que de vez em quando me dão esse reforço positivo, ficando a promessa de que, continuarei a levar-lhe estórias da nossa terra e das nossas gentes aonde quer que se encontrem, enquanto o seu administrador quiser claro está.

Um abraço do tamanho do mundo,

Nuno Santos      

RENOVAÇÃO

outeiroseco, 04.03.12

A palavra renovação existe no léxico do nosso idioma e pode significar muita coisa, como: tornar novo, melhorar, consertar, recomeçar, repetir, substituir por coisa melhor, dar o aspecto de novo a, trazer novamente à lembrança, reaparecer, suceder-se, rejuvenescer, aparecer de novo.

São todos estes eufemismos que me assolam, perante muitas das coisas que constato, nas minhas frequentes idas à  terra, pese embora eu saiba que, muitas delas, não são de fácil resolução.

Algumas porque são estruturantes, e, porque os tempos não correm de feição, como por exemplo nas que se prendem com o urbanismo, já que o sector imobiliário é um dos mais afectados, com esta crise. Ainda que seja uma dor de alma, observar tantas casas abandonadas, algumas quase em ruínas, em plena rua principal, para não falar daquela que, durante séculos, foi a nossa jóia da coroa, o solar dos Montalvões.

Mas há outras coisas que, em Outeiro Seco, carecem de renovação. E essas não dependem tanto da situação financeira, mas apenas, de alguma falta de brio e sobretudo, de um maior bairrismo e amor à terra. Eu sei que vivemos tempos difíceis, com os interesses pessoais mais diversificados, mas onde eu noto uma grande falta de renovação, ou tornar novo, ou ainda, um rejuvenescimento, é sobretudo na igreja e em tudo o que a rodeia, ainda que esse fenómeno, não se cinja apenas à nossa terra, sendo de âmbito mais geral.

Talvez por ter vivido um período da minha vida, paredes meias com a igreja, embora não tivesse sido um fervoroso militante, confesso-o, noto que há agora um maior distanciamento, quer no culto das missas, mas sobretudo, nas novenas. Segundo informação privilegiada, tem havido novenas apenas com a presença de cinco e seis pessoas.

Sem querer menosprezar as pessoas que, actualmente estão mais ligadas à igreja, antes pelo contrário, valorizo muito o tempo da sua vida pessoal que, dão, em prole desta causa, sinto porém que, existe de uma grande parte da população, um grande alheamento, sendo esse alheamento mais flagrante no grupo coral, onde se nota uma enorme falta de rejuvenescimento.

O grupo coral que tem como pilar o Eliseu, tem vários elementos, entre as quais, as minhas tias Ester e Justina Afonso e ainda, a tia Quinhas Bouças e a Lula que, cantam interruptamente há mais de sete década, (setenta anos). É tempo de fazer algo mais por este grupo, e entre os diversos sinónimos da renovação, escolher aquele que melhor se adapte a esta situação.

Eu acho que o ideal, seria o do rejuvenescimento, ou seja o aparecimento de pessoas mais novas, mulheres e homens pois um grupo coral tem mais valor e qualidade, se for misto, e mais valorizado ficaria se fosse acompanhado musicalmente, pelo que o movimento para a compra do órgão, tem de continuar.

A mobilização da nossa aldeia no tocante à igreja vai ser posta à prova, no próximo dia 25 de Março, o dia em que o senhor Bispo da Diocese de Vila Real irá visitar Outeiro Seco. Recordo-me que quando dessas visitas, havia despiques entre o Eiró e o Pontão, na decoração das ruas, e o Eiró ganhava sempre, isto sem facciosismos. Recordo-me ainda de irmos várias vezes beijar o anel ao Sr. Bispo, e o tio Lépido Ferrador gritar as vivas.  

- Viva o Sr. Bispo D. António Valente da Fonseca!

E o povo respondia em uníssono.

- Biba!

 

 

Nuno Santos