Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

A Geração de 1925

outeiroseco, 29.05.12

A geração de 1925, foi uma das muitas de boa colheita da nossa terra, escrevi este pequeno texto, revivendo algumas incidências com algumas ocorrências com elementos dessa geração.

Dela sobrevivem ainda, três homens e três mulheres; António Bernardo, Manuel Gonçalves (Lelo Gonçalo), Teófilo Costa, Natália Rodrigues Afonso, Amélia Portela e Teresa da Cruz Cortiço.

Na época, os índices de natalidade eram bem maiores, assim como os da mortalidade infantil, não sabemos se morreram alguns, mas se a nossa fonte estiver certa, desse ano de 1925 sobreviveram onze rapazes e seis raparigas, cujos nomes aqui ficam por ordem arbitrária.

Os homens; António Bernardo, Teófilo Costa, Manuel Gonçalves, (Lelo Gonçalo), Joaquim Pipa, Filipe Assunção, Euclides Rio, José Regalia, António Barroco, José da Costa Chaves (Zé Rico) Augusto Salgado e António Castro, as mulheres, Natália Rodrigues Afonso, Natália Coelho da Costa, Teresa da Cruz Cortiço, Amélia Portela, Adelaide Afonso da Costa e Cecília Afonso (Cilinha Afonso).

Apesar de viverem a sua mocidade num dos períodos mais restritivos da história, coincidente com a 2ª guerra mundial, com a guerra civil espanhola, e com o racionamento, os elementos desta geração cumpriram todos, com maior ou menor protagonismo, a sua função social, fixando-se quase todos na aldeia.

Alguns que, por via das profissões em que ingressaram, viram-se obrigados a sair temporariamente, mas, como dizem os chineses “as folhas das árvores regressam sempre às raízes” todos os que saíram, acabaram por regressar mais tarde à sua origem.

Entre os muitos episódios vividos por esta geração, salientamos o seu dia das sortes. Antes, lá esteve afixado no olmo do povo o edital, com o nome dos onze mancebos, mais os quatro de Santa Cruz, que por pertencerem à nossa freguesia, integravam-se no grupo e eram o Zé da Rosa, Manuel Farragacho, Justino Morais e Lelo Morgado.

Ao tempo, havia uma maior interacção entre as duas localidades, e como prova disso são os vários os casamentos, como o do Lelo Morgado com a Hermínia, irmã do Zé Rico, da Elina Félix com o Aníbal, o Filipe Caneco e muitos mais.

Cumprindo a velha tradição desse tempo do dia das sortes, onde cada mancebo estourava um foguete, como símbolo de valentia e maioridade, nesse ano exorbitaram a tradição, comprando cada um, uma rodada.

O fogo foi tanto ou tão pouco que, houve pessoas de Santo Estêvão, que chegaram a assomar-se aos Pelâmes, convencidos de que havia festa na nossa aldeia. Até o gaiteiro que dava os seus primeiros acordes, tocou nesse dia no largo do tanque.

Muitos dos jovens desta geração, participaram activamente num dos períodos mais ricos do nosso passado cultural, como foi o movimento da JAC - Juventude Agrária Católica, na criação do Gaiteiro de Outeiro Seco, e sobretudo, nos despiques do fogo entre o os bairros do Eiró e do Pontão.

Aliás, foi seguramente a quantidade de fogo estourado nas sortes desse ano de 1945, quem esteve na base da ideia de realizar o despique nesse ano, entre os dois bairros, devendo-se isso à geração desse ano, e ainda hoje recordado.

Logo nesse primeiro ano de despique e pelo Eiró o bairro vencedor, foi mordomo o António Bernardo, fazendo equipa com o Manuel da Cruz e o Agostinho Moura. No ano seguinte, o ano da desforra do Pontão, foram mordomos o Zé Regalia, e o seu primo António do Rio.

A geração de 1925 foi sempre muito unida, ao longo das suas vidas, de tal forma que na década de noventa, quando da comemoração dos seus setenta anos de vida, promoveram nas lameiras do Tâmega, um encontro convívio entre os resistentes, ainda que à boa maneira antiga, reservado apenas para os homens, ficando as mulheres de fora.

A vida destes conterrâneos, cada um por si, tinha muito para contar, ficamo-nos por este breve texto, desejando uma longa vida aos presentes, e saudades dos que partiram, e que descansem em paz.

Nuno Santos     

 

Faleceu o nosso conterrâneo José Xavier

outeiroseco, 25.05.12

Hoje, pelas oito horas da manhã, faleceu o nosso conterrâneo e amigo José Xavier com 83 anos de idade. O corpo encontra-se em Câmara ardente na Igreja Românica de Outeiro Seco. A toda a família enlutada, em especial à sua esposa, filhos, nora, genros e netos os nossos sentidos pêsames. Que a sua alma que descanse em paz.
O funeral realiza-se amanhã, pelas 16h30, na Igreja Românica de Outeiro Seco.

Apresentação do livro “Os Meus Poemas”

outeiroseco, 23.05.12
 
  
  

É com grato prazer que publicamos a apresentação do livro "Os meus Poemas", dando os parabéns ao Sr Manuel pela sua obra que iremos, em breve, ter o prazer de ler. Falará, estamos certos, de muito amor e boas recordações.

 

A poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte. A arte é a poesia, a obra o poema, e o poeta o artífice. No sábado dia 19 de Maio, tive o privilégio de participar no lançamento do livro “Os Meus Poemas” cujo artífice foi Manuel Pires dos Santos, um beirão nascido em 1926, e cuja formação académica adquirida, foi apenas a universidade da vida, de quem eu e a Celeste por via da sua filha e genro, a Rosário e o Júlio, somos amigos há mais de trinta anos.

Este livro sendo o espólio de uma vida, é sobretudo uma homenagem do Sr. Manuel à sua mulher, D. Angélica, falecida em 24 de Abril de 2011. È um livro escrito com muita paixão pela sua família, pelos amigos, pela terra onde nasceu e que apesar de ter abandonado precocemente, jamais esqueceu, retratando ainda coisas da vida, umas melhores que outras, no fundo como a vida de qualquer um de nós.

Foi uma festa muito bonita reunindo toda a sua família e amigos, alguns dos quais, tinham servido de mote aos poemas descritos no livro. 

Eu tive o privilégio de escrever o prefácio, assim como de fazer a sua apresentação, favores dessa amizade que perdura há tantos anos. Acresce-se que o livro foi composto e impresso em Chaves, na Gráfica Sinal, tendo o nosso amigo Nelso Sousa, efectuado um trabalho extraordinário, elogiado por todos que receberam o livro, em sinal de que Portugal, não é só Lisboa, e de que também há muita qualidade na província.

Se em Outeiro Seco houvesse uma Associação dos Amigos de Outeiro Seco, esta família, apesar de não terem qualquer raiz com a nossa terra, juntamente como o Herculano Pombo, seriam seus associados, tal o gosto que têm por ela, expresso na quantidade de vezes que a visitaram, e razão pela qual o blog presta ao Sr. Manuel esta homenagem, felicitando-o por este momento tão importante, para ele, e para toda a sua família.

Deixo aqui um dos quatrocentos e quarenta poemas que o livro contém:


O Menino da Rua

 

Não tem carinho nem beijos,

Nem afagos de ninguém,

Para matar seus desejos,

Quantas… quantas vezes,

Rouba o que não tem.

 

É menino abandonado,

Como o animal vadio,

Quando chega a qualquer lado,

É sempre mal olhado,

Quantas vezes cheio de frio.

 

Quantas vezes no seu passado,

Vê o mundo com ingratidão,

Fala dele amaldiçoado,

Nele está magoado,

Lhe dá sua maldição.

No mundo vivendo assim,

Na rua um marginal,

Um dia chegará o seu fim,

Irá morrer num jardim,

Na prisão ou no hospital.


26 Jan. 1993

 

Outeiro Seco vencido nos penaltis

outeiroseco, 20.05.12
 
  
  
  
  

Outeiro Seco jogou, ontem à noite, no Pavilhão Municipal os oitavos de final contra a equipa de Santa Cruz, numa organização da Junta de Freguesia de Outeiro Seco. Excelente jogo, duas equipas recheadas de verdadeiros craques, e com um futebol de primeira. Santa Cruz abriu o marcador logo nos minutos iniciais, mas a nossa equipa repôs de seguida a igualdade. De facto Santa Cruz esteve sempre na frente do marcador, chegando ao intervalo empatados 3-3 e no final do jogo também com resultado 5-5. Tudo decorrendo com elevado fair –play, elevada camaradagem, com um futebol muito agradável  e muitos golos. Chegados aos penaltis tudo seria possível… mas começamos por falhar o 1º e depois um segundo, sainda vencidos no final. Foi falta de sorte pois desta vez Outeiro Seco reforçou-se com alguns elementos de outras localidades e tinham todas as condições de chegar à final… sem desconsideração pela equipa de Santa Cruz também com excelentes jogadores.

Parabéns à Junta de Freguesia, pela organização e a todos os jogadores que se portaram a todos os níveis muito bem. Para o ano voltamos, com certeza e com vontade de atingir ainda melhores resultados.

4º Torneio de Futsal Inter-freguesias

outeiroseco, 18.05.12

 

Numa organização da Câmara Municipal de Chaves, está a decorrer o tradicional torneio de futsal inter-freguiesais/Pobos Eurocidade Chaves-Verin, com a participação de 36 equipas, organizadas em 12 séries. A serie F era constituida pelas equipas de Outeiro Seco, S. Pedro de Agostém e a Cruz Vermelha de Verin. A nossa equipa ficou em 1º lugar da série, pelo que vai realizar já neste Sábado, pelas 21h00, no Pavilhão Municipal o jogo  dos oitavos de final com a equipa de Santa Cruz.
Por isso se convidam todos a participar no apoio à nossa equipa para que possa passar à fase seguinte.
Sábado - 21h00 - Outeiro Seco - Stª Cruz - Pavilhão Municipal de Chaves

Parabéns Rui Miguel

outeiroseco, 15.05.12
 
 
 

Em nome pessoal e como administrador do Blogue dou os parabéns ao Rui Miguel, pela conclusão do seu curso e que tenha os maiores sucessos pessoais e profissionais. Os Pais também merecem uma palavra de apreço pela dedicação e esforço que fizeram para que o seu filho conseguisse realizar o seu projecto de vida.

 

"No livro Retrato Social de Outeiro Seco no Século XX, escrevi em jeito de conclusão que, entre a primeira e a segunda geração dos outeiro secanos, existem agora licenciados às dezenas ou mesmo às centenas, em todas as áreas, que vão da gestão à saúde, passando pela indústria, pelo ensino e pela investigação, sendo hoje Outeiro Seco, uma terra de referência no concelho de Chaves, e um orgulho de todos os outeiros secanos.

Com desculpas a outros jovens que terão também acabado os seus cursos neste ano, e que desconheço, fica aqui uma referência para o meu sobrinho e afilhado, Rui Miguel, que fez neste último fim-de-semana abençoou a sua pasta, no curso de Engenharia Biotécnica da Universidade do Algarve.

A bênção decorreu no estádio S. Luís em Faro, que teve mais assistência, do que nos tempos em que o Farense recebia neste estádio, o Sporting, Benfica e o Porto.

Está de parabéns o Rui Miguel, mas também os seus pais, Diamantino e Zezinha, que viram assim coroado de êxito o esforço despendido com o investimento no filho. Oxalá consiga obter no país, o sucesso que tanto deseja, e não tenha de ser mais um, a integrar a fuga dos nossos cérebros para o estrangeiro, ainda que com a globalização, passamos cada vez mais a ser cidadãos do mundo, e o futuro passa por onde surja a melhor oportunidade."

Nuno Santos

 

2º Postal da Holanda - Festibérico 2012

outeiroseco, 06.05.12
 
 
 

Diz-se que de Espanha “nem bom vento nem bom casamento”, eu pessoalmente não estou muito de acordo com este dito, porque tenho um certo encanto por Espanha, talvez por causa das minhas origens galegas.

De igual modo este ditado, também não é considerado por uma comunidade de portugueses e espanhóis, residentes na cidade holandesa de Delft, onde há oito anos consecutivos, organizam em comum um festival de cinema, designado por Festibérico.

O festival tem alguma visibilidade, contando na abertura com a presença dos embaixadores dos dois países, assim como a de realizadores convidados. O Festival dura cerca de uma semana e os filmes passam todos num mesmo cinema, o Filmhuis – Lúmen, uma sala muito simpática e acolhedora.

Este ano tivemos o privilégio de assistir ao encerramento do festival, porque o meu filho que quando viveu em Delft, juntamente com a Rita sua companheira, colaboravam na sua organização.

Apesar de agora viverem em Amesterdão, continuam de certa maneira ligados a este evento, e foram os responsáveis pela vinda do grupo que fez a animação, no último dia do festival.

O grupo designa-se por “Lavoisier”, um nome inspirado no criador da química moderna e responsável pela célebre frase “ Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”.

É composto por dois jovens odivelenses, o Roberto e a Patrícia, ele filho de transmontanos de Vinhais, e ela originária da Guarda. Vivem actualmente em Berlim, onde conciliam uma actividade profissional, com um projecto musical inspirado na música tradicional portuguesa. E tal como o químico, também eles transformam temas tradicionais, alguns recolhidos por Giacometi e Fernando Lopes Graça, com sonoridades próprias, muito do agrado do público que os ouve.

Foi o que aconteceu agora em Delft, onde encantaram portugueses, espanhóis e holandeses. Têm actuado em diversos locais da Alemanha, em Copenhaga na Dinamarca. Os Lavoisier já vieram propositadamente da Alemanha a um programa da SIC Mulher, e no próximo dia 20 de Maio, vão estar no Porto na RTP. Durante o mês de Julho vão andar pelo país, com concertos já agendados para Braga, Porto e Lisboa.

Estes dois jovens são um exemplo a juntar a tantos outros, nomeadamente os organizadores do Festibérico, que deixaram o seu país, pese embora não lhes saia do pensamento, quer seja pela sua música, quer pelo seu cinema.

Nuno Santos

  

Pág. 1/2