Ainada a benção de ramos
Ontem lançamos o repto para nos enviarem fotos da Benção de Ramos em Outeiro Seco. Para além do Nuno recebemos este texto e duas fotos do amigo Costa que aqui publicamos na integra. Espero que não leve a mal a publicação do texto não autorizado, mas de facto tem muito de pedagógico e faz com que se respeite a tradição para que Outeiro Seco continue a ter Pinta.
Depois da bênção e da missa dos ramos havia e julgo ainda haver a tradição de levar o ramo aos padrinhos para que estes dessem o folar aos afilhados.
As tradições umas vezes mantêm-se e outras vezes sofrem adaptações às circunstâncias da mudança social e nalguns casos até desaparecem.
Pois bem eu prezo muito as tradições e as da minha terra ainda mais por que assim estou a respeitar a memória de todos aqueles que ao longo dos tempos com a sua prática as construíram.
O verdadeiro ramo é aquele que é composto pelos materiais que sempre entraram na sua confecção e não pelo recurso a lindos arranjos florais obtidos nas casas comerciais.
Ainda no domingo disse a um amigo que me mostrava com vaidade um arranjo floral oferecido pelo seu afilhado, que se fosse a mim não lhe aceitava o ramo embora aceitasse o significado do acto. Esse amigo reflectiu e disse-me que iria dizer-lhe ao afilhado que no próximo ano teria que arranjar um ramo à moda de Outeiro Seco.
Eu justifico a minha ideia por que só assim: OUTEIRO SECO TEM PINTA.
Agora também quero informar todos os visitantes deste blog que tem como tema : Tradição e Modernidade, que os tempos vão mudando e por isso no domingo levei 3 ramos, a saber: o maior é para mim e os dois mais pequenos são para oferecer aos meus dois afilhados já que eles não os ofereceram a mim seu padrinho que tem vaidade neles e muita estima e admiração por eles.
As duas fotos documentam tempos idos mas uma apresenta a entrega de um ramo de flor ao que eu lhes disse que par o próximo ano não lhe aceitaria aquele ramo mas sim um feito á moda de Outeiro Seco. Eles no ano seguinte cumpriram. Agora sou eu que ofereço, porque mudam-se os tempos e vão-se mudando as tradições.
Para o Vasco e para a Cristiana um grande beijo deste vosso padrinho doente mas que continua com a boa disposição de sempre. Cá vos espero.
Obrigado a todos.
José Costa