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Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

RENOVAÇÃO

outeiroseco, 04.03.12

A palavra renovação existe no léxico do nosso idioma e pode significar muita coisa, como: tornar novo, melhorar, consertar, recomeçar, repetir, substituir por coisa melhor, dar o aspecto de novo a, trazer novamente à lembrança, reaparecer, suceder-se, rejuvenescer, aparecer de novo.

São todos estes eufemismos que me assolam, perante muitas das coisas que constato, nas minhas frequentes idas à  terra, pese embora eu saiba que, muitas delas, não são de fácil resolução.

Algumas porque são estruturantes, e, porque os tempos não correm de feição, como por exemplo nas que se prendem com o urbanismo, já que o sector imobiliário é um dos mais afectados, com esta crise. Ainda que seja uma dor de alma, observar tantas casas abandonadas, algumas quase em ruínas, em plena rua principal, para não falar daquela que, durante séculos, foi a nossa jóia da coroa, o solar dos Montalvões.

Mas há outras coisas que, em Outeiro Seco, carecem de renovação. E essas não dependem tanto da situação financeira, mas apenas, de alguma falta de brio e sobretudo, de um maior bairrismo e amor à terra. Eu sei que vivemos tempos difíceis, com os interesses pessoais mais diversificados, mas onde eu noto uma grande falta de renovação, ou tornar novo, ou ainda, um rejuvenescimento, é sobretudo na igreja e em tudo o que a rodeia, ainda que esse fenómeno, não se cinja apenas à nossa terra, sendo de âmbito mais geral.

Talvez por ter vivido um período da minha vida, paredes meias com a igreja, embora não tivesse sido um fervoroso militante, confesso-o, noto que há agora um maior distanciamento, quer no culto das missas, mas sobretudo, nas novenas. Segundo informação privilegiada, tem havido novenas apenas com a presença de cinco e seis pessoas.

Sem querer menosprezar as pessoas que, actualmente estão mais ligadas à igreja, antes pelo contrário, valorizo muito o tempo da sua vida pessoal que, dão, em prole desta causa, sinto porém que, existe de uma grande parte da população, um grande alheamento, sendo esse alheamento mais flagrante no grupo coral, onde se nota uma enorme falta de rejuvenescimento.

O grupo coral que tem como pilar o Eliseu, tem vários elementos, entre as quais, as minhas tias Ester e Justina Afonso e ainda, a tia Quinhas Bouças e a Lula que, cantam interruptamente há mais de sete década, (setenta anos). É tempo de fazer algo mais por este grupo, e entre os diversos sinónimos da renovação, escolher aquele que melhor se adapte a esta situação.

Eu acho que o ideal, seria o do rejuvenescimento, ou seja o aparecimento de pessoas mais novas, mulheres e homens pois um grupo coral tem mais valor e qualidade, se for misto, e mais valorizado ficaria se fosse acompanhado musicalmente, pelo que o movimento para a compra do órgão, tem de continuar.

A mobilização da nossa aldeia no tocante à igreja vai ser posta à prova, no próximo dia 25 de Março, o dia em que o senhor Bispo da Diocese de Vila Real irá visitar Outeiro Seco. Recordo-me que quando dessas visitas, havia despiques entre o Eiró e o Pontão, na decoração das ruas, e o Eiró ganhava sempre, isto sem facciosismos. Recordo-me ainda de irmos várias vezes beijar o anel ao Sr. Bispo, e o tio Lépido Ferrador gritar as vivas.  

- Viva o Sr. Bispo D. António Valente da Fonseca!

E o povo respondia em uníssono.

- Biba!

 

 

Nuno Santos

               

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