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Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

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Apresentação do livro “Os Meus Poemas”

outeiroseco, 23.05.12
 
  
  

É com grato prazer que publicamos a apresentação do livro "Os meus Poemas", dando os parabéns ao Sr Manuel pela sua obra que iremos, em breve, ter o prazer de ler. Falará, estamos certos, de muito amor e boas recordações.

 

A poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte. A arte é a poesia, a obra o poema, e o poeta o artífice. No sábado dia 19 de Maio, tive o privilégio de participar no lançamento do livro “Os Meus Poemas” cujo artífice foi Manuel Pires dos Santos, um beirão nascido em 1926, e cuja formação académica adquirida, foi apenas a universidade da vida, de quem eu e a Celeste por via da sua filha e genro, a Rosário e o Júlio, somos amigos há mais de trinta anos.

Este livro sendo o espólio de uma vida, é sobretudo uma homenagem do Sr. Manuel à sua mulher, D. Angélica, falecida em 24 de Abril de 2011. È um livro escrito com muita paixão pela sua família, pelos amigos, pela terra onde nasceu e que apesar de ter abandonado precocemente, jamais esqueceu, retratando ainda coisas da vida, umas melhores que outras, no fundo como a vida de qualquer um de nós.

Foi uma festa muito bonita reunindo toda a sua família e amigos, alguns dos quais, tinham servido de mote aos poemas descritos no livro. 

Eu tive o privilégio de escrever o prefácio, assim como de fazer a sua apresentação, favores dessa amizade que perdura há tantos anos. Acresce-se que o livro foi composto e impresso em Chaves, na Gráfica Sinal, tendo o nosso amigo Nelso Sousa, efectuado um trabalho extraordinário, elogiado por todos que receberam o livro, em sinal de que Portugal, não é só Lisboa, e de que também há muita qualidade na província.

Se em Outeiro Seco houvesse uma Associação dos Amigos de Outeiro Seco, esta família, apesar de não terem qualquer raiz com a nossa terra, juntamente como o Herculano Pombo, seriam seus associados, tal o gosto que têm por ela, expresso na quantidade de vezes que a visitaram, e razão pela qual o blog presta ao Sr. Manuel esta homenagem, felicitando-o por este momento tão importante, para ele, e para toda a sua família.

Deixo aqui um dos quatrocentos e quarenta poemas que o livro contém:


O Menino da Rua

 

Não tem carinho nem beijos,

Nem afagos de ninguém,

Para matar seus desejos,

Quantas… quantas vezes,

Rouba o que não tem.

 

É menino abandonado,

Como o animal vadio,

Quando chega a qualquer lado,

É sempre mal olhado,

Quantas vezes cheio de frio.

 

Quantas vezes no seu passado,

Vê o mundo com ingratidão,

Fala dele amaldiçoado,

Nele está magoado,

Lhe dá sua maldição.

No mundo vivendo assim,

Na rua um marginal,

Um dia chegará o seu fim,

Irá morrer num jardim,

Na prisão ou no hospital.


26 Jan. 1993

 

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