Na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura
outeiroseco, 22.10.08
A propósito desta foto recordamos aqui o poeta Miguel Torga
A vida rústica é o chão sagrado e fecundo: «Sou do povo, sou pelo povo e não há forças humanas que me apaguem do instinto a cepa de onde provenho»
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O corpo podia correr todos os caminhos do mundo, e o espírito voar em todas as direcções. Aonde chegassem, denunciariam sempre a marca de origem, a singularidade inconfundível, espécie de sabor a terra de proveniência, como o dos frutos
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O que é bonito neste mundo, para Miguel Torga, é ver que na vindima de cada sonho fica a cepa a sonhar outra aventura.
Confiança
O que é bonito neste mundo, e anima,
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura…
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova…
É ver que na vindima
De cada sonho
Fica a cepa a sonhar outra aventura…
E que a doçura
Que se não prova
Se transfigura
Numa doçura
Muito mais pura
E muito mais nova…