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Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Outeiro Seco, Tradição e Modernidade

Aldeia transmontana

Cidadania

outeiroseco, 04.05.07
Houve um presidente americano que no seu discurso de posse afirmou: - Não devemos pensar o que a América pode fazer por nós, mas, o que nós podemos fazer pela América.
Ora, esta citação, serve para a América, para Portugal, mas, nós queremos que sirva sobretudo, para Outeiro Seco.
É necessário ganhar consciência que numa sociedade, temos direitos mas também temos deveres. Temos o dever de preservar o meio ambiente, não contribuindo para degradação do mesmo. Temos o dever de preservar o património público, para que os vindouros, possam usufruir dele no futuro, tal como nós o fazemos no presente, porque sem passado não há futuro.
Felizmente, em Outeiro Seco, onde se faz jus, à tradição e modernidade, há alguns bons exemplos, quanto à preservação do património. Omitindo propositadamente as obras efectuadas pela autarquia, destacamos apenas as efectuadas pela sociedade civil.
Pela sua importância cultural e grandeza dos números, o maior destaque vai para a restauração do altar-mor na igreja matriz. Este altar ou retábulo, como tecnicamente é conhecido, foi pintado em talha dourada no ano de 1768. Com o passar dos anos, devido ao efeito dos fumos das velas e do azeite, a pintura foi se degradando.
Em 1989, já com o Sr. Padre José Guerra Banha como pároco, uma Comissão da Fábrica da Igreja, composta por; António Bernardo, José Rodrigues da Costa e Manuel Ferrador, com o apoio monetário da comunidade, residente e não residente, adjudicaram a restauração do altar a uma equipa de artistas de Braga, especializados em História de Arte.
Há outros muito bons exemplos, com outras comissões, cujos nomes por erro de omissão não cito. A requalificação dos exteriores das capelas da Sra. da Portela, e da capela do Sr. Do Rosário. A propósito desta capela, é urgente a restauração do altar da Sra. do Ó, que está num estado de degradação extrema.
Num período mais recente, destacam-se ainda a instalação do sistema automático de som que substitui o tradicional e romântico toque manual dos sinos, em especial o toque das trindades, mas cujo efeito prático, é igual e mais funcional que o sistema antigo.
Também o recinto da festa da Sra. da Azinheira, nomeadamente os coretos, tiveram importantes obras de requalificação. Pena que o próprio recinto, actualmente em plano inclinado, não possa também ser objecto de obras de beneficiação.  
São estas as boas práticas que gostaríamos de ver cada vez mais, exercidas em Outeiro Seco, não estando sempre à espera da providência do Estado, incapaz de acorrer a todas as solicitações. Para isso, é preciso uma grande dinâmica e disponibilidade de todos os outeiro secanos.
Por isso, uma palavra muito especial para os que têm a capacidade de liderar estes projectos, sabendo que vão estar sempre ser expostos a criticas e outros dissabores, para todos esses grandes outeiro secanos, o meu reconhecimento e solidariedade. 
De Lisboa, com saudade.
Nuno Santos