Abril, em Outeiro Seco
outeiroseco, 24.04.07
Na boa tradição popular, ao mês de Abril estão ligados vários provérbios, ligados às nossas vivências rurais e campesinas como: “Abril águas mil”; “Em Abril mete os porcos ao covil”; “Abril frio e molhado, enche o celeiro e farta o gado”.
A partir do ano de 1974, o mês de Abril traz-nos outras referências, o da modernidade e do progresso.
Sem querer fazer um estudo sociológico e político de Outeiro Seco à época, sobre o progresso direi que em matéria de habitações, tinha-mos praticamente as mesmas fronteiras da década de cinquenta.
A norte da Sra. da Portela, havia apenas a casa do Sr. Augusto Escaleira, de construção recente. A sul da Sra. da Azinheira, havia a casa do Sr. Domingos Madaleno, e do Sr. Afonso, mais duas ou três na Ribalta.
Hoje, quem vem de Chaves para Outeiro Seco, não fosse a placa de sinalização, não saberia qual a nossa delimitação.
Mas não foi só no capítulo da habitação, o progresso operado. Se nos situarmos na área da cultura, apesar de estarmos paredes meias com a cidade, pouco ou nada se passava.
Havia a festa da sra. da Azinheira, e do S. Miguel. Uns jogos de futebol num campo exíguo e enlameado, que em vez de rectangular, tinha a forma de um bacalhau. Havia ainda uns bailes na rua, ao som de um gira discos a pilhas, e músicas do Roberto Carlos e do Adamo.
Foi com a dinâmica de Abril de 1974, que a juventude e a restante população de Outeiro Seco, criou a sua Casa de Cultura, motor de todo o movimento associativo, cultural e desportivo, do qual tanto nos orgulhamos, nestas ultimas três décadas.
Mas na vida, tudo é composto de mudança, e se há alguma tendência para se deixar cair no esquecimento o que este Abril nos deu, aqui fica um apelo a todos os outeiro secanos, para que reforcem os valores nascidos em Abril, como o associativismo, a união e cooperação, mas sobretudo, a consideração e amizade.
Nuno Santos
Na boa